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POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

Foto:  https://www.harpercollins.com/blogs/authors/louise-erdrich

 

LOUISE ERDRICH
( U. S. A. )

 

Louise Erdrich é uma escritora ojíbua de romances, poesia e literatura infantil com personagens e ambientes dos povos nativos dos Estados Unidos. É membro inscrito do Turtle Mountain Band of Chippewa Indians, um grupo de Anishinaabe. Wikipédia

Nascimento: 7 de junho de 1954 (Little Falls, Minnesota, EUA

Erdrich também escreveu poesia, contos e livros infantis, incluindo The Birchbark House (1999), que lançou uma série ( The Game of Silence [2005], The Porcupine Year [2008], Chickadee [2012] e Makoons [2016] ). DelaThe Blue Jay's Dance: A Birth Year (1995) é uma meditação sobre sua experiência de gravidez, maternidade e escrita. Em 2015, Erdrich recebeu o Prêmio de Ficção Americana da Biblioteca do Congresso dos EUA .

TEXT IN ENGLISH   -   TEXTO EM PORTUGUÊS

 

INIMIGO RUMOR – revista de poesia.  Número 7 – AGOSTO DEZEMBRO 1999.  Editores: Carlito Azevedo,  Augusto Massi.
Rio de Janeiro, RJ:  Viveiros de Castro    Editora, 1999.  108 p. 
ISSN 1415-9767.                              
Ex. bibl. de Antonio Miranda

 

        THE STRANGE PEOPLE

The antelope are strange people…  they are beautiful
to look at, and yet they are tricky.    We do not trust
them.   They appear and  disappear;     they are like
shadows on the plains. Because of their great beauty,
young men  sometimes  follow the  antelope  and are
lost forever. Even it those foolish ones find themselves
and return, they are again right in their heads.

PRETTY SHIELD, MEDICINE WOMAN OF THE CROWS,
transcribed and edited by Frank Linderman (1932).

 

All night I am the doe, breathing
his name in a frozen field,
the small mist of the word
drifting always before me.

And again he has heard it
and I have gone burnig
to meet him, the jacklight
fills my eyes with blue fire;
the heart in my chest
explodes like a hot stone.

Then slung like a sack
in the back of his pickup,
I wipe the death scum
from my mouth, sit up laughing,
and shriek in my speeding grave.

Safely shut in the garage,
when he sharpens his knife
and thinks to have me, like that,
I come toward him,
a lean gray witch,
through the bullets that enter and dissolve.

I sit in his house
drinking coffee till dawn,
and leave as frost reddens on hubcaps,
crawling back into my shadowy body.
All day, asleep in clean grasses,
I dream of the one who could really wound me.           

 

TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de Monique Balbuena

 

 A GENTE ESTRANHA

Os etílopes são uma gente estranha... são bonitos de se olhar, mas são traiçoeiros.   Não confiamos neles.   Eles 
aparecem e desaparecem; são como sombras nas planí-
cies. Por causa de sua grande beleza,  rapazes às vezes
seguem os antílopes e se perdem para sempre.  Mesmo
se esses insensatos s e acham  e retornam,  eles nunca
mais ficam bons da cabeça.

                 PRETTY SHIELD, CURANDEIRA DOS CROWS
                                         transcrito e organizado por
                                                Frank Linderman (1932)

 

A noite toda eu sou a corça, respirando
o seu nome num campo congelado,
a pequena névoa da palavra
sendo sempre arrastada diante de mim.


E mais uma vez ele ouviu
e eu fui ardendo
encontrá-lo, o candeio
me enche os olhos do fogo azul;
o coração em meu peito
explode como pedra quente.

Então, jogada feito uma trouxa
na traseira da sua caminhonete,
eu limpo da minha boca
a gosma da morte, sento-me rindo,
às gargalhadas, na minha tumba à grande velocidade.

Segura, fechada em sua garagem,
quando ele afia a faca
se pensa me possuir, assim,
eu venho até ele,
uma bruxa magra e cinza,

Sem meio às balas que entram e se dissolvem.

Sento-me na casa dele,
tomando café até o amanhecer,
e parto quando o gelo se avermelha nas calotas,
rastejando de volta a meu corpo de sombras.
O dia todo, dormindo na grama limpa,
eu sonho com aquele que poderia me ferir de verdade.



*

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Página publicada em novembro de 2023

       

 


 

 

 
 
 
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